domingo, 3 de outubro de 2021

 


CASO DOS SIRIS LOUCOS

Se me lembro era outubro do ano de 1973, nossos pais chegaram de repente no apto de Pelotas, onde a rapaziada estava em altos estudos. Vinham com uma Caravan (azul para mim e verde para o resto do universo), carregada de petrechos de sobrevivência, charque, erva-mate, linguiças, banha, sabão, biscoito gajetão, arroz e outras coisas.

 Numa vaga da agenda minha mãe praticamente exigiu uma visita ao Cassino, ainda hoje adora o mar no verão, no inverno, e demais estações.

Numa praia de 200 km, entramos pelo balneário propriamente dito e seguimos na direção dos famosos molhes, num ponto havia um movimento de pessoas e algumas embarcações leves na areia. Então reparamos que fazia pouco tempo se concluíra um arrastão, por isso toda agitação. Um grupo de pescadores artesanais separava o que nos admirou, simplesmente um monte, com centenas de siris, grandes mas, ao que pareceu, sem valor comercial porque ficaram lá, os demais pescados foram para um “bauzinho 608”.  Nos distraímos com a situação nos juntando aos curiosos e palpiteiros, todos surpresos com a imensa sirizada.

Passou e tal, aí pensamos na finalidade da visita, apesar de nem tão quente, ehehe, todo mundo se atirou no marzão revolto, alí venta que só, e é arriscado por causa das correntes.  Sem prática, logo começamos a saltar assustados, acontece que os milhares de irmãos dos siris que ficaram na areia, estavam felizes da vida alí na zona da arrebentação.  E toda hora beliscavam os desafortunados banhistas descalços, não era pouco. Na emergência um par de congas, daquele tempo, estava na caravana e foi logo para a água, era para a mamãe, só que os outros ficaram sem defesa. Passou um tempo e abandonamos a costa, era demais.

Me veio tudo isto ao topar com um companheirinho meio atrapalhado, sem forças não reagiu. Andei mais um tanto e um outro mais esperto logo queria me apunhalar com as garras ligeiras que se agitavam. Olhem que tempo vivemos, são raros, nem vejo mais as ofertas das tradicionais casquinhas, alguns anos atrás almoçava uma vez por semana arroz de siri, no Sorrentino perto da catedral.

 

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

VEM CHEGANDO O VERÃO





Já podemos imaginar como será a temporada de verão. O tempo das tainhas se foi, o posto está só.

No ano passado já foi “sem Hermanos”, hoje comentarista da tv falou que as perdas de negócios de SC com exportações para lá passa de 20%, se pensar no setor de carnes então é mais de 30%.

Rematando ele disse torcer para o rumo político daquela comunidade não se deixar iludir e voltar para o populismo do passado. Minhas almas do céu, complexo o raciocínio.

Dia destes outra informação circulou dizendo que a imagem da nossa pátria está fulminando o interesse dos turistas estrangeiros. Incêndios perigosos tem assolado diversos países, estava em viagem reparando na grande extensão de locais secos e áridos, quando severo desastre se registrou causando imensos prejuízos. Daí compreendemos a sensibilidade deles quanto a este tema.
Reparamos aqui que a euforia com as facilidades de aluguel, com o Airbnb, por exemplo, “cansou” um pouco.

Viram que em nosso point não existe autorização para construções, permanecemos em ambiente quase selvagem, a zona de restinga mantém o isolamento.

Só para constar, não conferi nem um dos dados, ahahahah, então tá.  
Abraço

sexta-feira, 17 de novembro de 2017


Só para reanimar este espaço, lembro desta imagem. Todos os anos visito o antigo acampamento e me admiro com o fogão alí deixado. Foi um bom companheiro, aqueceu, iluminou e fez, por assim dizer, apreciados repastos para barulhentos comensais.
Todavia, o inverno, chuvas, enchentes, o condenaram ao triste abandono onde vai sendo consumido, ao final é biodegradável.

Abraço amigos

sábado, 26 de setembro de 2015

O CHEFÃO



No velho umbuzeiro tem muitas tocas e esconderijos, a melhor é do chefão, lado Norte, seco e ventilado. Na medida, os do Sul, grandes e frios podem ser facilmente atacados, aqui não tem para ninguém.

Na feroz competição, ele “não dá e nem pede quartel”, dominante leva tudo por diante, chegou bem ao final do inverno. Sua aparência revela, braços e pernas grossos, unhas brilhantes e compridas ele se deu bem.

Se destaca com um olhar firme e seguro, é um legítimo “papo amarelo”. Olhar calmo e confiante, levanta a cabeça e infla o papo intimidando os outros.

Nossa homenagem ao chefão, a natureza é severa, se chegou até aqui é porque lutou e venceu.

Abraço amigos



quinta-feira, 14 de maio de 2015


TAMBORIL




Uma vez que tinha atualizado os temperos, com azeite de dendê e leite de coco, andava numa fissura por moqueca. Vinha faceiro do centro e, mala suerte, na frente da peixaria nem uma vaga. Como se diz, Deus protege as crianças e os loucos, lembrei de uma lojinha mais à frente, cheguei mas a proposta do comércio era outra. Meio chique, fresco só atum e salmão do Chile, ficamos alí fazendo onda de entendidos e tal. Muita influência portuguesa, vinhos, azeites, congelados de bolinhos de bacalhau, dessalgados e tudo mais.

Ficamos de cara com o que nos contaram sobre um novo tipo de congelamento com nitrogênio líquido, pode ser, deve ser, hum. Daí tinha uns pacotes de “Tamboril”, repetimos encantados quem sabe um “arroz de tamboril”, muito comum nos restaurantes portugueses. Trouxe um pacote, para a moqueca, afinal tinha os pertences.
Disposto me aventurei, no resumo, cebola, pimentão, azeite de dendê, leite de coco, lata de tomates pelados, tomates naturais, pimentas e alho poró. No refrigerador do salmão tinha um vinho verde, vá lá.
Na moral, ficou uma beleza, o tamboril é o bicho, carne branca bem firme, mergulhado no molho fervente por oito minutos só.

Mas que peixe é este? Foi a primeira vez que encontramos. Fomos pesquisar, na internet, certo, surpresa diz que é o mesmo que peixe sapo.Trabalhando na região de Itajaí fiquei sabendo que existia um peixe muito importante para exportação, lá conhecido como peixe sapo. Ora, raramente via no mercado, muito caro, ele tem uma aparência horripilante, e vive coisa de uns 200 m de profundidade, poucas embarcações se dedicam à sua pesca.

Na organização da dieta semanal, no “setor” carnes, peixe é uma vez por semana, o tamboril, vamos manter este nome, é mais simpático, será considerado.

Abraço







sábado, 11 de outubro de 2014





COMO SERIA “UM NOVO TEMPO”

Companheiros fiquei a imaginar alguns aspectos do retorno deste “novo tempo”.

  1. Você aí do PRONAF – Prepare-se para o “livre mercado”;
  2. Você aí do Agro negócio – Prepare-se para o “livre mercado”;
  3. Você aí do PROAGRO – Prepare-se para o “livre mercado”;
  4. Você aí da UPA – Prepare-se para o “livre mercado”;
  5. Você aí do Bolsa Família – Prepare-se para o “livre mercado”;
  6. Você aí cliente do BB – Vai “sobrar quase nada” disse o soberbo futuro ministro;
  7. Você aí cliente da Caixa – Vai “sobrar quase nada” disse o soberbo futuro ministro;
  8. Você aí da Petrobras – Vai “sobrar quase nada” disse o soberbo futuro ministro;
  9. Estava esquecido ? – o FMI já começou a “sugerir” ajustes – prepare-se;
  10. Usa o Sus – prepare-se para o livre mercado;
  11. Recebe remédios de uso contínuo – prepare-se para o livre mercado;
  12. Você aí do Pró-Caminhoneiro – prepare-se para o livre mercado;
  13. Você aí do BNDES – prepare-se para o livre mercado
  14. Voava de vez em quando – vai complicar;
  15. Comprava um “modelo básico” em grandes promoções – vai complicar;
  16. Ganha salário mínimo – o soberbo futuro ministro acha seu salário alto;
  17. É aposentado – o histórico do soberbo futuro ministro é assustador;
  18. Seu crédito é fácil e barato – prepare-se para o “livre mercado”;
  19. Você aí do Mais Médicos – vai acabar em todos os sentidos;
  20. Você aí do Ciencia sem Fronteiras – vai complicar;
  21. Você aí do Minha Casa Minha Vida – prepare-se para o “livre mercado”;


Abraço amigos

quinta-feira, 9 de outubro de 2014







ONDAS QUE SE VÃO

A gente andava assim “di boa” e quando olhamos vinha aquela “parede”, nossa, parecia que ia acabar com tudo. Como iriamos lidar com a situação, a leitura dos jornais dizia, “tá corrida a lebre”, nos restava olhar pasmos.
Mas a natureza das coisas tem seus métodos de amortecimento, por fim virou uma espuma e nem chegou à restinga.

Virou o vento, dizem, mais uma “onda perdida” se aproxima perigosamente.
Ela não é fraca, vacilar não está em questão, uma embarcação pode “adernar”, nunca se pode dizer
que não vai acontecer um acidente.

É preciso, contudo, reparar que nosso “prático”, mestre de embarcação, conhece as manhas das correntes de aproximação, cumpriu jornadas vitoriosas em sinistras tempestades. Nós mesmos, que observamos de longe, anotamos o alvoroço, se fala, de novo, que o mar vai tudo levar.

Existe risco, reconhecemos, mas vamos manobrar e navegar companheiros, nos resta lutar, lutemos.

Abraço amigos

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PAMPO DE "OLHOS VIVOS"


Nossa intenção era tomar um gostoso café, mas só tinha vaga na frente da peixaria. Me obriguei a comprar alguma coisa, esportivo fui para o balcão, farto de tainhas, corvinas, burriquetes, anchovas e uns pampos. Destes últimos agradou um de “olhos vivos”, prático o atendente o devolveu limpo e cortado em postas grossas.

Ora, ora, apliquei um pouco de suco de limão siciliano, sal e pimenta do reino, só, e devolvi para o refrigerador.
Ocorre que a Rê passou por aqui para ir com a Florzinha buscar umas tintas numa loja do Rio Tavares.
Mostrei para ela, o “olhos vivos” no tempero dizendo que ia fazer no grill, juntando arroz e salada de tomate. Claro que um tinto dos Andes estava previsto, nós não respeitamos muito as regras(vinho/carnes).

Pois olha, as postas lindas foram para o grill bem quente com um fio de óleo de girassol no mas. Deixei quieto do mesmo lado até tostar, praticamente selou como dizem os chefs, virei e logo aprontou. Na opinião da Rê, todos nós respeitamos, ficou muito melhor do esperava, crocante por fora e suculento no interior, destacando o sabor característico do peixe. De início a gente achou que as partes cortadas estavam grossas demais, não somos manezinhos logo se vê, ao final este fator foi muito importante, não ressecando e nem “quebrando” durante o cozimento.

De minha parte valorizei o pampo, reparando que tem de ter os “olhos vivos”, sua carne tem uma textura firme, branca e de gosto especial sem ser muito acentuada.

No improviso, o tinto, o pampo, e uma boa conversa nos divertiu um monte.
Così abbiamo trascorso venerdì grazie a Dio.

Abraço


Selso Vicente Dalmaso




domingo, 3 de agosto de 2014

AGORA SABEMOS QUE…..


-Podemos organizar um, ou dois, eventos esportivos mundiais;
-Podemos organizar um grande encontro dos BRICS;
-Podemos contruir grandes obras de nível internacional;
-Podemos duplicar a capacidade dos aeroportos;
-Podemos fazer milhares de obras de mobilidade urbana;
-Podemos extrair petróleo como água;
-Podemos “transpor” o Rio São Francisco;
-Podemos disponibilizar vacinas carésimas, para toda a população;
-Podemos disponibiliar imensas quantidades de remédios para população;
-Podemos construir navios;
-Podemos colher safras gigantescas;
-Podemos baixar os impostos;
-Dá para fazer “as coisas” que precisamos, isso mesmo;

Então:

-Não venha nos falar em austeridade;
-Não venha nos falar em “humores do mercado”;
-Não venha nos falar em “medidas impopulares”;
-Não venha nos falar em “falta de orçamento”;
-Não venha nos falar em “choque de gestão;
-Não venha nos falar em risco Brasil;
-Não venha nos falar em “artificialismo da taxa de câmbio”;
-Não venha nos falar em “analistas”;
-Não venha nos falar em “consultores”;
-Não venha nos falar em “janela de oportunidade perdida”;
-Não venha nos falar em “gargalos estruturais;
-Não venha nos dizer que somos “feios, sujos e malvados”;
-Não venha nos falar da “opinião publicada”;


Nos informe:

-Que vai fazer para nos manter esperançosos e confiantes;
-Que vai fazer para termos condições de trabalhar e evoluir em nossas vidas;
-Que amáveis ações serão desenvolvidas para nossa alegria e felicidade;


Assim, amigo(a);

-Você ganhará aquele votinho de que tanto necessita.

Abraço

Selso Vicente Dalmaso

segunda-feira, 21 de julho de 2014

VOCÊ NÃO ACHA UM GRÃO DE AREIA NO MAR




Criado na vastidão do pampa, muito antes de conhecer uma simples praia eu ouvia a máxima do título.
Vocês, no geral, não pegaram aquele tempo em que “se podia falar as coisas” assim meio sem cerimônia.
Foi desta forma que desenvolví uma espécie de “pânico da procura”, se me pediam um “alicate lá do galpão”, caso não achasse no primeiro olhar, eu sabia o que iria ouvir.

Agora, já rodado, chego neste ambiente e penso nisto.

E aí vou sem medo “encontro um grão de areia” é o destino companheiros.
Abraço

Selso Vicente Dalmaso