terça-feira, 25 de novembro de 2008

MARATONA DE CURITIBA

Então, passou a lista de adesão à caminhada/maratona de Curitiba e nos inscrevemos em massa, depois nos informamos, mais de 70 companheiros do CSO, um “case” na comunidade local.

Em seguida formou-se alegre conversa, como vai ser, quem vai treinar e tudo mais. Foi um mês em “aproachs”, compra de leite em pó para a inscrição, distribuição de brindes, garrafas d’água e muita falação.

Sem mais avancei numa prateleira do Shopping e baixei tênis, dry feet, calção e meias, chegando em casa recebi um “era o que precisava mesmo”. Quando falei sobre a dieta especial das últimas duas semanas, fácil, fácil, arranjei outra encrenca, foi no momento que expliquei “lembra da noite do macarrão da maratona de Nova York”, uma expressão que lembro foi “até parece”, mas quando falei num elegante point da cidade melhorou a questão, era para nós dois claro, na última vez o talharim com frutos do mar mereceu duas garrafas de chianti. Chegou o dia, tomei vinho na macarronada; se cada soldado de Napoleão tinha direito a um litro de vinho por dia e ainda lutavam bravamente, eu também posso atacar um frisante.

Fiz uma escala progressiva de treinamento, iniciava com dieta leve: salmão grelhado, pão integral de centeio e óleo de oliva. Repetindo grill de frango e purê, postas de pintado, amêndoas, castanha do Pará, inclusão de caminhadas evoluindo até chegar aos 5 km dia. Fulminou com o combalido Valetik, vamos esperar o próximo mês.



Na sexta-feira chegaram as camisetas, parecia a escalação de uma equipe de competição, os atletas chegavam nas equipes e mostravam-se contentes, provocando um sorrisinho de inveja, aquela pontinha de ciúme, um ciúme bom, ouvia-se algo assim: fui deixar para depois, perdi a data. Na imagem podemos ver uma pilha dos cobiçados troféus, sofrendo análise rigorosa, era um modelo digno da fama da capital, tecido especial, muito bom. E o desenho, muito bonito para completar, deu gosto vestir.


Oito da matina a turma veio para a concentração e o aquecimento, mas o que mais se via era uma alegria muito grande. Um sentimento de que era bom estar ali foi se tornando a marca mais expressiva do momento, o ambiente foi se tornando muito emotivo.

Partiu a turma da corrida dos dez quilômetros, em seguida seria a nossa vez, eu sempre via estes eventos pela televisão, confesso estava encantado com a situação, mais ainda com a “sobra” de uma camiseta permitindo a “inscrição”, em tempo, de mais uma competidora que iria comigo. Faltavam ainda quinze minutos, a concentração para a partida gerou uma tensão inesperada para um grupo que não iria competir. Reinava inteira confiança, tudo parecia muito organizado e adequado. Nesta hora estávamos garantidos com relação ao clima, não havia mais aquela ameaça da chuva, ela tinha causado preocupação por volta de sete horas com uma garoa. Um caminhante partiu decidido com um guarda- chuva gigante, quem poderia prever o clima, eu teria jogado fora o traste inútil para a ocasião, mas ele o manteve sem reclamar.


Zerou o cronômetro digital, seguimos o grupo, de certa forma nos sentimos como passistas de escola de samba, de repente nós estávamos desfilando na avenida cheia de música, colorida com tendas, divisores, um carro de som animava os caminhantes com músicas divertidas, essas de academia. Depois da “bateria” vinha o abre-alas constituído de ciclistas e orientadores. Nós, também, fantasiados com roupas de esportistas e pequenos adereços representados pelas milhares de máquinas digitais, bonés e cintos de utilidades.


Num cenário assim constituído começamos a fazer evoluções, levantar os braços conforme a música, abanando para as pessoas dos prédios e arquibancadas, estávamos atuando, o público reagia e fazia também uma função de platéia, olhava e batia palmas interagindo de modo surpreendente.

Os primeiros três km foram cumpridos assim numa brincadeira só, então numa esquina meio que deu um rolo, amontoou um pouco, aí vimos que a galera sedenta avançou sobre umas caixas de papelão que foram destruídas em segundos. Eram embalagens de copos de água mineral, aqui mais uma vez fizemos o papel de bravos competidores e saímos tomando água de modo teatral, mais uma vez como se vê nas maratonas. Parecia o primeiro ponto meio improvisado, mais adiante passamos por tanques com gelo e copos de água fresquinha, foi mal, nós tínhamos feito, digamos assim, uma batalha campal por copos de água quente, que fazer. Na briga feia ainda perdemos um tempo precioso, ficamos para trás do pelotão principal, era uma subida e ninguém tava aí para dar uma acelerada, era o km 4.















Cansou a jornada, então nova onda de euforia percorre os atletas, agora o pórtico tem uma faixa que diz CHEGADA, espécie de praça da apoteose, nos sentimos recompensados com a manifestação de carinho da comunidade, emoção por uma singela conquista. Na área da dispersão fizemos as últimas fotos com medalhas de participação e ficamos por alí valorizando e consumindo frutas.
Queremos registrar um sincero agradecimento pelo evento em sí, foi um tempo de felicidade, simples e breve como são estas coisas.
abraços
Selso