TAMBORIL
Uma vez
que tinha atualizado os temperos, com azeite de dendê e leite de
coco, andava numa fissura por moqueca. Vinha faceiro do centro e,
mala suerte, na frente da peixaria nem uma vaga. Como se diz, Deus
protege as crianças e os loucos, lembrei de uma lojinha mais à
frente, cheguei mas a proposta do comércio era outra. Meio chique,
fresco só atum e salmão do Chile, ficamos alí fazendo onda de
entendidos e tal. Muita influência portuguesa, vinhos, azeites,
congelados de bolinhos de bacalhau, dessalgados e tudo mais.
Ficamos
de cara com o que nos contaram sobre um novo tipo de congelamento com
nitrogênio líquido, pode ser, deve ser, hum. Daí tinha uns pacotes
de “Tamboril”, repetimos encantados quem sabe um “arroz de
tamboril”, muito comum nos restaurantes portugueses. Trouxe um
pacote, para a moqueca, afinal tinha os pertences.
Disposto
me aventurei, no resumo, cebola, pimentão, azeite de dendê, leite
de coco, lata de tomates pelados, tomates naturais, pimentas e alho
poró. No refrigerador do salmão tinha um vinho verde, vá lá.
Na moral,
ficou uma beleza, o tamboril é o bicho, carne branca bem firme,
mergulhado no molho fervente por oito minutos só.
Mas que
peixe é este? Foi a primeira vez que encontramos. Fomos pesquisar,
na internet, certo, surpresa diz que é o mesmo que peixe
sapo.Trabalhando na região de Itajaí fiquei sabendo que existia um
peixe muito importante para exportação, lá conhecido como peixe
sapo. Ora, raramente via no mercado, muito caro, ele tem uma
aparência horripilante, e vive coisa de uns 200 m de profundidade,
poucas embarcações se dedicam à sua pesca.
Na
organização da dieta semanal, no “setor” carnes, peixe é uma
vez por semana, o tamboril, vamos manter este nome, é mais
simpático, será considerado.
Abraço