quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

YERBA MATE


Figurinhas achando o que fazer no sul da Ilha. Na classificação da Rê, aquele lado é reservado para os mais universais desvairados e ripongas, é irmãos, eles ainda estão rolando por aí. Se quiserem confirmar, fiquem, tarde da manhã, tomando um café na padaria do centrinho do Rio Tavares, devagar vão chegando, tatuados, coloridos, despojados, são assim, totalmente calmos e silenciosos, sem pressa...
Alí, sem mais compromisso do que esperar a Aninha, nossa “proposta” era estabelecer um entendimento com os residentes, acena, dá bom dia, pequenas conversas, e o tempo correndo. Na verdade a gente estava em intensa atividade, vai e vem, de carro preparando coisas e situações.
Assim dava oportunidade de acompanhar os acontecimentos, coisas engraçadas como um morador de rua, no sol do meio dia, sem camisa, concentrado na leitura de um jornal velho. Outra hora o companheiro vem para perto do nosso QG e passa a provocar os Rotwailers. Tomado, balançava, fazia sambinha, imitava queda no chão, em frente a um portão enfurecendo os cachorros na maior alausa, lindo de ver, tinha uma garrafa na mão esquerda e um pedaço de madeira de construção na outra. Se algum dia os cachorros tiverem chance de sair, vão provocar “acidente” feio.
Eu, com as manias de pão integral, fissura geral, vivo importunando as atendentes de padarias pelo mundo, eheh, daí que recebo “contribuições” sobre onde existem aqueles preciosos alimentos ricos em grãos, fibras, ômega dez, e tudo mais. Já viram, a comunidade local é rica em interações, as pessoas colaboram indicando onde tem fornecimento destas especiarias.
Então uma amiga da San falou em sortida lojinha natureba, bem ali na Pequeno Príncipe. Bom, podemos imaginar, como foi a invasão do nosso Staff ao local, todo mundo iniciado, nossa modalidade para enlouquecer as moças que cuidam do lugar e orientam os clientes, é simples. Nos espalhamos pelos corredores guardando uma certa distância entre cada um, logo vamos pegando coisas, colocando nos balcões, mexendo, olhando composição, origem, validade. Intercalando com expressões, absurdas, olhem isto, vem “das abelhas” ahahahahah, meio gritado porque cada um está concentrado em ala de interesse. Além dos pães, o grupo dos temperos, causa aflições, todo mundo palpitando, para o que serve, onde viu em distantes continentes, a turma é competitiva, não tem ?. Foi assim, por exemplo, que compramos um pote inteiro de um tareco que vem a ser uma pasta de gergelim, era para ser bom, mas ficou, ficou na geladeira da Rê, deve estar por lá, ainda.
Foi um duro teste, a turma da loja, já estava perdendo a calma, por fim íamos saindo,com o tal pote de gergelim, a rigor é meio assim, um tipo de “pasta” com um cheiro que me lembra o que a gente chamava de patê, eu fiz muito era torresmo passado na máquina de moer carne. Mais, claro, um pão de centeio e um vidrinho de mel, só, daí a vontade da dona da loja, que estava no caixa, de nos incinerar em praça pública.
Bem nesta hora a Florzinha olha um pacote de erva, bem no alto, e para desespero da caixa, quis “reabrir” a conta, turista já viu, não é ? Achei que devia “intervir” no tema, afinal....... eu já tinha visto a embalagem amarela, vistosa, de Yerba Mate. Neste ponto, nem sei direito como aconteceu, acho que foi o fator turístico, eu já tinha perdido o que se chama de “auto-crítica”, ahahahah. Disparei a comentar que era a marca favorita de famosíssimo guerrilheiro correntino, e que naqueles sórdidos tempos o melhor agrado ao combatente era enviar um pacote de Yerba para o inveterado tomador de mate. Espantados clientes da loja, olhavam pasmos, minha performance, fui além, confirmei tudo dizendo que tinha estudado a biografia e tal, e que era um case mundial muito documentado, uma vez que ele tinha verdadeira mania de fazer diários, daí o filme.
Agora, a vida real, fizemos um mate com a Yerba notável, diabo de amarga, recordei da viagem a Posadas, e ficamos na prosa. Mas assim que eu servia um mate o “da vez”, reclamava, e sinalizava intenção de devolver, no que era prontamente espinafrado pela torcida geral. Afinal conhecemos a lenda, é falta grave “não tomar” o mate que lhe foi servido. Dizer um “gracias” logo depois do primeiro chimarrão, não é propriamente ofensivo mas remete a pensamentos de que talvez se trate de gente do exterior, do Norte, coisas assim,
Na iminência de perder os companheiros da roda, de modo barulhento falei, não sei porque estão reclamando e fui olhar “outras características” da yerba, me atraiu a origem, Catanduvas(SC).
Ia sair de fino, mas não deu, já tinha juntado povo ao meu lado, foi mal.
Abraço
Selso