terça-feira, 24 de junho de 2014

A FORÇA DE UMA TRADIÇÃO



Um quente vento norte, mas elas estavam lá, tainhas, muitas delas. Foi meu segundo “arrastão” da vida, este só de tainhas.

Estou na minha primeira safra, hoje me juntei com os pescadores, aqueles que ficam olhando para o mar e ví os sinais do cardume.
Entendendo que um cardume se aproxima da costa, uma baleeira sai com quatro remadores e um no leme, deixam um cabo na praia e vão soltando a rede que faz um semi-círculo e trazem a outra ponta para a praia. Para mim é muito perigoso o retorna da embarcação que pega as ondas na rebentação pela popa.

Daí começam a puxar os dois lados e, por fim arrastam os peixes para a praia. Aqui a rede era de emalhar e “cerco” ao mesmo tempo.

Aconteceu um problema de comunicação entre o pessoal de terra e o barco, ao final cercou somente umas mil unidades, mas grande parte ficou de fora, e logo chegou um barco motorizado capturando a maior parte, situação que desagradou a todos e gerou grande discussão. Assim funciona a pesca artesanal, os equipamentos são simples.

Por acordo anterior entre as federações de pescadores e surfistas, somente uns pontos são liberados ao surf durante a temporada da pesca da tainha. Por vezes se registram conflitos, eu sou favorável ao acordo preservando, nestes dois meses(jun/julho), os locais para a pesca artesanal  que mantém esta linda cultura.

abraço
Selso Vicente Dalmaso