quinta-feira, 14 de maio de 2015


TAMBORIL




Uma vez que tinha atualizado os temperos, com azeite de dendê e leite de coco, andava numa fissura por moqueca. Vinha faceiro do centro e, mala suerte, na frente da peixaria nem uma vaga. Como se diz, Deus protege as crianças e os loucos, lembrei de uma lojinha mais à frente, cheguei mas a proposta do comércio era outra. Meio chique, fresco só atum e salmão do Chile, ficamos alí fazendo onda de entendidos e tal. Muita influência portuguesa, vinhos, azeites, congelados de bolinhos de bacalhau, dessalgados e tudo mais.

Ficamos de cara com o que nos contaram sobre um novo tipo de congelamento com nitrogênio líquido, pode ser, deve ser, hum. Daí tinha uns pacotes de “Tamboril”, repetimos encantados quem sabe um “arroz de tamboril”, muito comum nos restaurantes portugueses. Trouxe um pacote, para a moqueca, afinal tinha os pertences.
Disposto me aventurei, no resumo, cebola, pimentão, azeite de dendê, leite de coco, lata de tomates pelados, tomates naturais, pimentas e alho poró. No refrigerador do salmão tinha um vinho verde, vá lá.
Na moral, ficou uma beleza, o tamboril é o bicho, carne branca bem firme, mergulhado no molho fervente por oito minutos só.

Mas que peixe é este? Foi a primeira vez que encontramos. Fomos pesquisar, na internet, certo, surpresa diz que é o mesmo que peixe sapo.Trabalhando na região de Itajaí fiquei sabendo que existia um peixe muito importante para exportação, lá conhecido como peixe sapo. Ora, raramente via no mercado, muito caro, ele tem uma aparência horripilante, e vive coisa de uns 200 m de profundidade, poucas embarcações se dedicam à sua pesca.

Na organização da dieta semanal, no “setor” carnes, peixe é uma vez por semana, o tamboril, vamos manter este nome, é mais simpático, será considerado.

Abraço