sábado, 11 de outubro de 2014





COMO SERIA “UM NOVO TEMPO”

Companheiros fiquei a imaginar alguns aspectos do retorno deste “novo tempo”.

  1. Você aí do PRONAF – Prepare-se para o “livre mercado”;
  2. Você aí do Agro negócio – Prepare-se para o “livre mercado”;
  3. Você aí do PROAGRO – Prepare-se para o “livre mercado”;
  4. Você aí da UPA – Prepare-se para o “livre mercado”;
  5. Você aí do Bolsa Família – Prepare-se para o “livre mercado”;
  6. Você aí cliente do BB – Vai “sobrar quase nada” disse o soberbo futuro ministro;
  7. Você aí cliente da Caixa – Vai “sobrar quase nada” disse o soberbo futuro ministro;
  8. Você aí da Petrobras – Vai “sobrar quase nada” disse o soberbo futuro ministro;
  9. Estava esquecido ? – o FMI já começou a “sugerir” ajustes – prepare-se;
  10. Usa o Sus – prepare-se para o livre mercado;
  11. Recebe remédios de uso contínuo – prepare-se para o livre mercado;
  12. Você aí do Pró-Caminhoneiro – prepare-se para o livre mercado;
  13. Você aí do BNDES – prepare-se para o livre mercado
  14. Voava de vez em quando – vai complicar;
  15. Comprava um “modelo básico” em grandes promoções – vai complicar;
  16. Ganha salário mínimo – o soberbo futuro ministro acha seu salário alto;
  17. É aposentado – o histórico do soberbo futuro ministro é assustador;
  18. Seu crédito é fácil e barato – prepare-se para o “livre mercado”;
  19. Você aí do Mais Médicos – vai acabar em todos os sentidos;
  20. Você aí do Ciencia sem Fronteiras – vai complicar;
  21. Você aí do Minha Casa Minha Vida – prepare-se para o “livre mercado”;


Abraço amigos

quinta-feira, 9 de outubro de 2014







ONDAS QUE SE VÃO

A gente andava assim “di boa” e quando olhamos vinha aquela “parede”, nossa, parecia que ia acabar com tudo. Como iriamos lidar com a situação, a leitura dos jornais dizia, “tá corrida a lebre”, nos restava olhar pasmos.
Mas a natureza das coisas tem seus métodos de amortecimento, por fim virou uma espuma e nem chegou à restinga.

Virou o vento, dizem, mais uma “onda perdida” se aproxima perigosamente.
Ela não é fraca, vacilar não está em questão, uma embarcação pode “adernar”, nunca se pode dizer
que não vai acontecer um acidente.

É preciso, contudo, reparar que nosso “prático”, mestre de embarcação, conhece as manhas das correntes de aproximação, cumpriu jornadas vitoriosas em sinistras tempestades. Nós mesmos, que observamos de longe, anotamos o alvoroço, se fala, de novo, que o mar vai tudo levar.

Existe risco, reconhecemos, mas vamos manobrar e navegar companheiros, nos resta lutar, lutemos.

Abraço amigos

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PAMPO DE "OLHOS VIVOS"


Nossa intenção era tomar um gostoso café, mas só tinha vaga na frente da peixaria. Me obriguei a comprar alguma coisa, esportivo fui para o balcão, farto de tainhas, corvinas, burriquetes, anchovas e uns pampos. Destes últimos agradou um de “olhos vivos”, prático o atendente o devolveu limpo e cortado em postas grossas.

Ora, ora, apliquei um pouco de suco de limão siciliano, sal e pimenta do reino, só, e devolvi para o refrigerador.
Ocorre que a Rê passou por aqui para ir com a Florzinha buscar umas tintas numa loja do Rio Tavares.
Mostrei para ela, o “olhos vivos” no tempero dizendo que ia fazer no grill, juntando arroz e salada de tomate. Claro que um tinto dos Andes estava previsto, nós não respeitamos muito as regras(vinho/carnes).

Pois olha, as postas lindas foram para o grill bem quente com um fio de óleo de girassol no mas. Deixei quieto do mesmo lado até tostar, praticamente selou como dizem os chefs, virei e logo aprontou. Na opinião da Rê, todos nós respeitamos, ficou muito melhor do esperava, crocante por fora e suculento no interior, destacando o sabor característico do peixe. De início a gente achou que as partes cortadas estavam grossas demais, não somos manezinhos logo se vê, ao final este fator foi muito importante, não ressecando e nem “quebrando” durante o cozimento.

De minha parte valorizei o pampo, reparando que tem de ter os “olhos vivos”, sua carne tem uma textura firme, branca e de gosto especial sem ser muito acentuada.

No improviso, o tinto, o pampo, e uma boa conversa nos divertiu um monte.
Così abbiamo trascorso venerdì grazie a Dio.

Abraço


Selso Vicente Dalmaso




domingo, 3 de agosto de 2014

AGORA SABEMOS QUE…..


-Podemos organizar um, ou dois, eventos esportivos mundiais;
-Podemos organizar um grande encontro dos BRICS;
-Podemos contruir grandes obras de nível internacional;
-Podemos duplicar a capacidade dos aeroportos;
-Podemos fazer milhares de obras de mobilidade urbana;
-Podemos extrair petróleo como água;
-Podemos “transpor” o Rio São Francisco;
-Podemos disponibilizar vacinas carésimas, para toda a população;
-Podemos disponibiliar imensas quantidades de remédios para população;
-Podemos construir navios;
-Podemos colher safras gigantescas;
-Podemos baixar os impostos;
-Dá para fazer “as coisas” que precisamos, isso mesmo;

Então:

-Não venha nos falar em austeridade;
-Não venha nos falar em “humores do mercado”;
-Não venha nos falar em “medidas impopulares”;
-Não venha nos falar em “falta de orçamento”;
-Não venha nos falar em “choque de gestão;
-Não venha nos falar em risco Brasil;
-Não venha nos falar em “artificialismo da taxa de câmbio”;
-Não venha nos falar em “analistas”;
-Não venha nos falar em “consultores”;
-Não venha nos falar em “janela de oportunidade perdida”;
-Não venha nos falar em “gargalos estruturais;
-Não venha nos dizer que somos “feios, sujos e malvados”;
-Não venha nos falar da “opinião publicada”;


Nos informe:

-Que vai fazer para nos manter esperançosos e confiantes;
-Que vai fazer para termos condições de trabalhar e evoluir em nossas vidas;
-Que amáveis ações serão desenvolvidas para nossa alegria e felicidade;


Assim, amigo(a);

-Você ganhará aquele votinho de que tanto necessita.

Abraço

Selso Vicente Dalmaso

segunda-feira, 21 de julho de 2014

VOCÊ NÃO ACHA UM GRÃO DE AREIA NO MAR




Criado na vastidão do pampa, muito antes de conhecer uma simples praia eu ouvia a máxima do título.
Vocês, no geral, não pegaram aquele tempo em que “se podia falar as coisas” assim meio sem cerimônia.
Foi desta forma que desenvolví uma espécie de “pânico da procura”, se me pediam um “alicate lá do galpão”, caso não achasse no primeiro olhar, eu sabia o que iria ouvir.

Agora, já rodado, chego neste ambiente e penso nisto.

E aí vou sem medo “encontro um grão de areia” é o destino companheiros.
Abraço

Selso Vicente Dalmaso





terça-feira, 24 de junho de 2014

A FORÇA DE UMA TRADIÇÃO



Um quente vento norte, mas elas estavam lá, tainhas, muitas delas. Foi meu segundo “arrastão” da vida, este só de tainhas.

Estou na minha primeira safra, hoje me juntei com os pescadores, aqueles que ficam olhando para o mar e ví os sinais do cardume.
Entendendo que um cardume se aproxima da costa, uma baleeira sai com quatro remadores e um no leme, deixam um cabo na praia e vão soltando a rede que faz um semi-círculo e trazem a outra ponta para a praia. Para mim é muito perigoso o retorna da embarcação que pega as ondas na rebentação pela popa.

Daí começam a puxar os dois lados e, por fim arrastam os peixes para a praia. Aqui a rede era de emalhar e “cerco” ao mesmo tempo.

Aconteceu um problema de comunicação entre o pessoal de terra e o barco, ao final cercou somente umas mil unidades, mas grande parte ficou de fora, e logo chegou um barco motorizado capturando a maior parte, situação que desagradou a todos e gerou grande discussão. Assim funciona a pesca artesanal, os equipamentos são simples.

Por acordo anterior entre as federações de pescadores e surfistas, somente uns pontos são liberados ao surf durante a temporada da pesca da tainha. Por vezes se registram conflitos, eu sou favorável ao acordo preservando, nestes dois meses(jun/julho), os locais para a pesca artesanal  que mantém esta linda cultura.

abraço
Selso Vicente Dalmaso

quarta-feira, 23 de abril de 2014


Analisando a foto acima facilmente encontramos elementos determinantes da cultura oriundi, típica, principalmente nas pessoas. Estranhamente há uma inversão dos lados, o chefe na esquerda, não era comum. Até este ponto nossa vida esteve inteiramente influenciada pelos valores da colônia, uma rígida criação baseada em conceitos estritos de disciplina, moral, perseverança e trabalho. Para as crianças a prática era que iam ganhando responsabilidades na medida em que tinham condições físicas, era o primeiro critério, depois vinham outros. Uma das expressões que recordo muito era, “tu já é grande, não precisa mais destas bobagens” aqui considerados os brinquedos em geral. Minha primeira tarefa foi cuidar dos irmãos menores. Depois buscar gravetos para iniciar fogo na manhã seguinte, não demorou e assumi, também, o fazer fogo. Prender os terneiros, e depois ordenhar, cuidar dos bichos e tudo mais.

A casa sem luxo, sem pintura, coberta de zinco, sem árvores por perto e sem a cerquinha que separava do gado e cavalos do campo. Se o registro fosse seis meses antes, se veria a troupe num rancho de leivas e quinchado de santa fé. A maior lembrança que eu tenho do rancho de quatro águas, raro, é que um dia nosso Taí, guaipeca, osco, cismou de olhar atrás de um roupeiro improvisado naquela rústica morada. Deu nervoso, mandaram a gurizada para fora, pode ser cobra, e o cachorro encanzinado, aí deu para ver era um zorrilho, por isto o silêncio “cachorro velho não late pra este bicho”. Melhor assim, mas como tira ele de dentro de casa sem que ele use, digamos, as suas armas. Ali estava, no comando, aquele companheiro que tinha soluções para as coisas, sabia como fazer. Primeiro um cercado com saída para a porta da rua, depois com uma caneca de água quente, no ponto de chimarrão, derramou um pouco em cima, foi o que bastou, baixou a cola e saiu zunindo campo afora sem deixar um cheirinho que fosse.



Voltemos ao caso das diferenças culturais, de repente nos criamos na fronteira, os costumes eram, para nós muito, muito diferentes. Com algum apuro de análise do cenário se repara num outro bioma, aqui ambiente cultural caboclo/pampeano.O sotaque, por exemplo, daquele povo era estranho, logo que chegamos uma vizinha apareceu, muito simpática foi socializar com os estrangeiros, nós no caso,“qué us pesco Nardo”.

Aquele povo tinha outros conceitos, em vez do poupar, importava aproveitar a vida uma expressão que ficou era “não me venham falar de economia” e “pobre mas café bem doce” esta última era mais na brincadeira. Assim tinha valor o “hoje”, faziam grandes festas, lautos churrascos, marcações festivas, compravam de tudo e muito. Eu que saí para o internato com treze anos, cheio de recomendações de “guardar seu dinheirinho” estudar e não arranjar confusão, ficava intrigado, não era igual para todos, pesava muito mais para nós.

Mais uns anos, agora, “no ponto de sentar praça” aí foi que a situação se tornou grave, era um abismo a diferença. Os companheiros nativos tinham uma espécie de “alvará” para fazer “as besteiras da juventude” como bem entendessem. Entendido que poderiam destruir um ou dois carros em arruaças pelas madrugadas. Nesta época se tolerava que “experimentassem umas coisas” mesmo que proibidas, isso tem de fazer enquanto novo. Comum que algum rolo fosse exagerado, sem problemas, tinham contatos, ajeitavam, não saía notícia na rádio, abafavam. Como dizia Maquiavel, as vezes o uso da violência é válido, quando preciso davam uma coça se algum engraçadinho se atrevesse a perturbar a moçada. Vinha para a cidade uma “equipe” acompanhava um tempo, de longe, resolvendo situações, bem articulados revezavam a lida. A equipe era de valor, também, em atividades fora da urbe, bailes de campanha, por exemplo. Entediada a turma, por vezes, numa propriedade ficava sabendo de um baile local, aí saíam loqueando e, claro ia um grupo no apoio, tipo assim “me repare esta gurizada, ah leva mais uns homens de confiança”. A tal gurizada, sem dúvida tirava o maior sarro dos residentes, riam, debochavam, escorados que tavam.

Sempre curioso com o esquema reparei que ele só terminava quando o chefe sentia que baqueava, aí chamavam o arruaceiro e proferiam sentença, bom agora chega, vem para casa atender os negócios.


Por outro lado os oriundis, saíam com a obrigação de estudar o mais possível, formar-se rapidamente, cuidar da vida e sumir da volta das casas.

Era o que parecia para mim.



Abraço amigos.

Selso
Ondas regulares, nem um surfista, longa praia quase sem ninguém. É assim, foi-se o último grande feriado da temporada. Já inteirou um mês de morada aqui no Campeche, queremos construir uma rotina local. Vamos incluir novos temas aqui no blog, coisas de nosso cotidiano de agora. Nós que sempre nos reportamos aos campos, lavouras e bichos do Sul, devemos nos interessar por este ambiente onde estamos. Já fizemos algumas abordagens relacionados ao Bioma da Mata Atlântica, nesta ilha costeira. Nosso tema principal será a conexão praia/restinga/banhado/campos/Morro do Lampião, tem muito. Vegetação, pássaros e alguns mamíferos vão ser incluídos.
Abraço amigos

Selso