A FORÇA DE UMA TRADIÇÃO
Um quente vento norte,
mas elas estavam lá, tainhas, muitas delas. Foi meu segundo
“arrastão” da vida, este só de tainhas.
Estou na minha primeira
safra, hoje me juntei com os pescadores, aqueles que ficam olhando
para o mar e ví os sinais do cardume.
Entendendo que um
cardume se aproxima da costa, uma baleeira sai com quatro remadores e
um no leme, deixam um cabo na praia e vão soltando a rede que faz um
semi-círculo e trazem a outra ponta para a praia. Para mim é muito
perigoso o retorna da embarcação que pega as ondas na rebentação
pela popa.
Daí começam a puxar
os dois lados e, por fim arrastam os peixes para a praia. Aqui a rede
era de emalhar e “cerco” ao mesmo tempo.
Aconteceu um problema
de comunicação entre o pessoal de terra e o barco, ao final cercou
somente umas mil unidades, mas grande parte ficou de fora, e logo
chegou um barco motorizado capturando a maior parte, situação que
desagradou a todos e gerou grande discussão. Assim funciona a pesca
artesanal, os equipamentos são simples.
Por acordo anterior
entre as federações de pescadores e surfistas, somente uns pontos
são liberados ao surf durante a temporada da pesca da tainha. Por
vezes se registram conflitos, eu sou favorável ao acordo preservando, nestes dois meses(jun/julho), os locais para a pesca artesanal que mantém esta linda cultura.
abraço
Selso Vicente Dalmaso