sexta-feira, 18 de abril de 2008

"Sim minha Generala"



Muitos especialistas têm se dedicado a estudos do comportamento humano, mas ainda não vimos obras relatando as situações que temos encontrado. Mostramos então alguns exemplos.

‘O que está fazendo aí parado, porque não pega o pão de uma vez, precisa ficar olhando tanto”, idoso pega o pacote da frente e segue em silêncio a mulher que continua repreendendo-o pelo corredor do Hipermercado.


Eles escolhem mesa e sentam, a mulher chega depois com uma sacola, avalia a situação e decide mudar de mesa. Constrangidos a seguem sem reclamar na choperia do mercado público.


Pai e filho chegam na praia carregados de cadeiras, guarda sol, esteira, montam tudo no sol de janeiro. No tempo certo de tudo estar resolvido, aparecem mãe e filha, combinando, tamanco, biquíni, chapéu, fita na bolsa de praia, tudo amarelo. Ela “dá uma benzida” de protetor no filho e despacha. Depois passa longo tempo arrumando a filha, escova no cabelo, cuidadoso creme na mocinha, ajusta meticulosamente as alças do biquíni, bonezinho estiloso. Por fim chega o momento de cuidar de si mesma, novamente um demorado processo, cuidado extremo, tem um bronzeador para início do sol, spray umidificante, toalha imensa, esteira, cadeira reclinável e água sem gás. Pronto ela se instala, pega um livro e se concentra. Durante este tempo, aflito, o companheiro ficou ali pronto a atender qualquer necessidade. Aliviado, ele senta, olha para o lado, tem cerveja no quiosque, quem sabe, logo a mulher se vira e diz, “tá vendo eles”, resignado ele tem de levantar e ir pro sol cavar buracos na areia com as crianças. Ahahaha.


“João vem prá cá, que coisa, presta atenção”, situação na portaria do hotel, diante de todos mulher chama atenção do marido na excursão da terceira idade, brinca com as outras, se deixar ele é capaz de se perder, hehehe.


No shopping, os homens seguem as mulheres que vão passando de loja em loja incansáveis, sentam desolados naqueles bancos do centro do corredor, elas riem gostosamente, acenam de dentro da loja, enquanto a caixa, retira aquelas fitinhas de contas no cartão.


Amante da política, assisto a campanha eleitoral pela TV. Ninguem tem a coragem de manifestar qualquer tipo de apoio aos pobres seres humanos masculinos. Agora, defensores das mulheres, tem a varrer, dispostos, olhos brilhando de emoção, tem projetos de todo tipo para gestantes, delegacia da mulher, direitos e mais direitos.


No BBB, as queridinhas não se dignavam a fritar um ovo, foi tudo delegado para os marmanjos.


Um capítulo especial, redundante expressão, é para as novelas, ali aos homens foi destinado, em geral, o papel de malvados, alcoólatras, tolos e, digamos assim, passados para trás. Elas, altruístas e corajosas, empreendedoras até não poder mais.


Em colégios, as garotas dão a maior força para o uso de símbolos femininos, assim os meninos andam carregados de brincos, colares, anéis, pulseiras, essas coisas, acreditam nelas que coisa não.


De tanto levar bronca, os homens desistiram de pedir pratos ou sabores, no caso de pizza, é melhor não se incomodar, pensam, deixe que as mulheres se virem. Afinal, tem de ser como “elas querem”. O garçom, treinado, traz o menu para o cavalheiro, e elas já vão tomando “deixa eu ver o que tem”. Quando ele vem anotar o pedido e olha, novamente para o homem, seria, assim na escola deles, tem de se virar e escutar a companheira atalhar e decidir, raso, “salmão à belle moliere” para mim, “vê o que vc quer”, ahahahahah. A experiência mostra que se “outra pessoa” pedir um prato e não for muito bom, a gente deixa para lá, mas se foi você, não escapará de ouvir “claro tinha logo que pedir o mais barato” aahahahahaha. Quase esqueci da escolha da mesa, delicada situação, sensível mesmo, defensivamente faço de conta que estou colocando a chave do carro no bolso e espero que saia um “aqui tá bom” depois da sugestão do maitre, aí remato, sim, sequer cogito pedir outro lugar, já pensou se não dá certo.


Escolher o vinho, ainda é tarefa deles, coisa mais complicada, sabe-se lá tantos tipos, precisa curso, não esperamos tanto, as mulheres nem dão bola para isto, não conta.


Sobre isto, meses morando sozinho, percorrendo os restaurantes do centro, fazia análise dos pratos expostos, até comentava, para mim mesmo, a solidão tem destas coisas. Outro dia levei maior carão, “pare de falar com a comida, não sei de onde pegou esta mania”, é que tinha dito, “a dobradinha tá legal... hum feijão nadando na graxa..... agora um purezinho...sei lá este tipo de macarrão parece uns corozinhos que apareciam quando lavrava o campo”. É assim a vida. Os vizinhos de fila olharam para o lado e seguiram em frente quietos, eu também.


Acabei de ouvir um “arrume uma jantinha para nós”, vale dizer, coloque para esquentar o jantar, pratos na mesa, óleo de oliva e abra o vinho. “Sim minha generala” respondi, expressão que aprendi num filme desses, tinha uma revolucionária que dava ordens sumárias para seu amante, leve meu cavalo, e ele “sim minha generala”, tomou banho então venha dormir, “sim minha generala”.


Situações constrangedoras têm sido vistas diariamente, chama a atenção o comportamento despótico das companheiras. Intriga a passividade masculina, aparenta que cansados de briga os outrora valentes competidores desistiram. Em princípio sutis maldades minam a resistência dos mais bem intencionados. Depois, sem pena, fulminam as mais simples iniciativas, como a idéia de um happy hour num boteco qualquer, é preciso, para tudo, um referendo. Chega ao ponto que não se decide nada mais, no escritório corre lista de adesão para o churrasco de final de ano, a pobre estagiária vai ouvindo coisas como sei lá, vou ver em casa, precisa responder agora, depois eu vejo, amanhã dou resposta. Entendeu, precisa do referendo.
Seria por isto, quem sabe, que eles vivem menos. Talvez a longevidade menor se deva a trabalhos forçados, perigosos, cansativos ou uma vida de tensões. No início da vida em comum os homens, inexperientes, cometem imprudências como dar opinião sobre o corte dos cabelos, é muito arriscado. Hoje sabemos, quando a mulher chega do salão, a única expressão permitida é “nossa ficou lindo”. Iludem-se na procura de um padrão, mas o que é alegre e festivo num dia, na próxima semana resulta desastroso, confundem-se com os sinais recebidos.


Pensando em tensões é possível que tenham adquirido alguma síndrome que se relacione com a tentativa de compreender a alma feminina. Passadas algumas décadas de genuíno esforço adquirem um comportamento errático, não reagem mais.
A imagem acima registra o momento em que recebo a informação de que está faltando cerveja na mesa, resposta "sim minha generala".


abraços



Selso Vicente Dalmaso

3 comentários:

Anônimo disse...

E, francamente, a Moms ADORA ser chamada de generala hehehehehe.

Abraços,
Gus

Gelsa Helena disse...

Confessa aí, meu querido: sou tua generala preferida! Hehehehehehehe

Anônimo disse...

fico aqui me perguntando... tenho seguido o mesmo caminho? Caro pesquisador de tão difícil fenômeno, há como prever - e até mesmo previnir - tal comportamento feminino? Ou o mundo não será mais o mesmo se as Generalas subtamente deixarem de existir?